O café possui uma curiosidade interessante que o diferencia de qualquer outra bebida: é possível prepará-lo de diversas maneiras diferentes, com equipamentos profissionais ou artesanais, sempre extraindo sabores e aromas incomparáveis.
Aliás, até mesmo quando utilizamos o mesmo tipo de grão e o mesmo modo de preparo, o resultado final nunca é exatamente igual, justamente porque cada xícara é uma nova experiência para os sentidos.
Na busca por novas maneiras de preparar e servir o tradicional cafezinho, muitas técnicas antigas têm sido modernizadas e se tornam tendências em todo o mundo. Esse é o caso do cold brew, um método de preparo do café extraído a frio que já era conhecido no século XVII e atualmente tem conquistado paladares no Brasil e no exterior. Quer conhecer melhor sua origem e história? Confira abaixo!
Como surgiu o cold brew?
Como muitas invenções ao longo da história, o cold brew nasceu da necessidade de preservar o café para ser consumido em longas viagens ou em tempos de guerra. Os holandeses foram os primeiros a se beneficiar da técnica, que também fez sucesso entre os japoneses e, mais tarde, os franceses.
Na sua primeira versão, se tratava de um concentrado de café. Esse concentrado, ou “essência de café para viagem” podia ser conservado por longos períodos e facilitava o preparo da bebida em condições adversas, bastando adicionar água quente para obter o café tradicional.
Os japoneses apreciaram muito a ideia. Utilizando sua tradição milenar no preparo de chás, eles desenvolveram seu próprio cold brew. O método ficou conhecido como Kyoto-Style, pois fez muito sucesso na cidade de Kyoto, no Japão.
No Kyoto-Style, ao invés de deixar o grão imerso na água, os japoneses passaram a utilizar torres em que a água pinga nos grãos de café. Este método é ainda muito utilizado, apesar de não ser muito prático e do equipamento ter um preço elevado.
Foram os Franceses, em meados de 1830, que desenvolveram o cold brew com a variação mais parecida com a que conhecemos hoje, consumida gelada.
A bebida, chamada Mazagran, era uma mistura de concentrado de café adoçado com água gelada.
Foi muito consumida pelos soldados Franceses que estavam no Forte Mazagran, na Argélia. Os soldados, ao retornarem para casa, levaram a receita que foi amplamente difundida por toda a Europa.
Por volta do século XX, a inovação ganhou os mercados europeu e americano e atingiu seu auge na década de 1960 no Japão.
Não demorou muito para que a bebida conquistasse o paladar brasileiro. Afinal, uma variedade de café de preparo simples e sabor marcante, normalmente servida com gelo, tinha tudo para fazer sucesso no nosso país tropical, não é mesmo?
Gostou de saber da origem do cold brew?
O que é cold brew?
Afinal, como é feito o café extraído a frio? A principal diferença em relação ao café comum é, como o próprio nome diz, que não se faz o uso de água quente ou fervendo em seu preparo.
No modo tradicional, a água quente é responsável por extrair os sabores e aromas do café. Para compensar essa desvantagem, o cold brew mantém o pó de café em contato com a água por um período maior, que varia entre 12 a até 24 horas. Parece muito tempo, mas é justamente o longo tempo de extração, semelhante a uma infusão fria, que resulta no sabor característico do café extraído a frio.
Apesar de exigir preparo antecipado, o cold brew é feito de forma bastante simples:
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o primeiro passo é moer na hora os grãos de café, em moagem média a grossa;
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o pó é adicionado a água mineral ou filtrada;
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a mistura deve ser mantida na geladeira ou a temperatura ambiente por, no mínimo, 12 horas;
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após o tempo desejado, a solução deve ser coada.
Existem aparelhos específicos para a preparação do café extraído a frio, mas é possível utilizar equipamentos tradicionais (como a prensa francesa) com ótimos resultados.
Características do café extraído a frio
O café preparado por meio dessa técnica tem algumas diferenças básicas em relação à bebida tradicional:
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é menos ácido (podendo chegar a 70% menos acidez por xícara);
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é ligeiramente mais doce;
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maior teor de cafeína (no concentrado);
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exala um aroma intenso;
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seu sabor é mais sutil e leve.
O cold brew pode ser degustado da mesma forma que o café tradicional, ou ser utilizado na preparação de outras bebidas à base de café ou em receitas de bolos, tortas e sobremesas.
E você, já experimentou o café extraído a frio? Conhece alguma receita especial usando o cold brew para tomar no verão? Para acompanhar outras novidades do mundo do café, assine nossa newsletter!